o valor da dor

Talvez a nossa geração esteja muito prejudicada por não ter sido ensinada sobre o valor do sofrimento, e para nós, sofrer seja algo a ser driblado com todas as forças. Ao longo dos anos que correram abraçados com o modernismo, nos ensinaram que as dificuldades são ruins e que a dor não é natural.

Outro dia ouvi de uma pessoa ainda mais nova do que eu a seguinte frase: Não faz sentido eu passar pela dor horrível do parto se eu posso simplesmente fazer uma cesárea e não sofrer.

Desconsiderando o fator da falta de informação relacionada ao parto, o que mais me inquietou foi me deparar com a simplicidade com que tratamos as intervenções no curso natural das coisas.

Tudo que Deus faz é perfeito e nada acontece sem a Sua divina vontade. Os sentidos são o modo perfeito de entender o caminho do que há de errado em nós, exemplo claro são as dores de cabeça causadas por falta de lentes de correção para os que precisam. A dor nos indica um caminho!

O imediatismo no que diz respeito a acabar com tudo que nos gera incômodo nos faz perder tantas oportunidades de alcançar a excelência, seria até constrangedor vislumbrar tudo o que teríamos alcançado de muito melhor se nos dobrássemos um pouco mais à paciência, suportando as dores que a vida nos dá para chegar numa conclusão muito melhor do que ser feito efetivamente.

Suportar a dor e as angústias é um trabalho e tanto para a nossa geração, todos os remédios são prova disso. Se tenho uma dor muscular o mais sensato é sempre a analgesia ao invés de arcar com a consequência de um treino muito pesado, sendo que o corpo é mais do que capaz de utilizar este estresse como alimento para melhorar a condição física.

Nos acomodamos, não aceitamos padecer por um bem maior, nem nos deixamos ser levados por muitos argumentos de tudo que há de melhor se ousarmos esperar um pouco mais para chegar ao resultado.

A dor nos indica um caminho e só os pacientes chegam à perfeição.